Extraído de “O Livro das Virtudes”, de William J. Bennett
Era uma vez, há muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Nem tinha sorte. Mal tinha o que comer. Costumava ir ao templo pedir à Deusa da Fortuna para melhorar sua sorte, e nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar: - “A primeira coisa que você tocar quando sair do templo lhe trará grande fortuna”. O Senhor Palha levou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado. Mesmo assim, saiu pensando: “Eu sonhei ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, a procura da sorte. Na pressa, acabou tropeçando nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu na terra. Ao se pôr de pé, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fiapo de palha.
Era uma vez, há muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Nem tinha sorte. Mal tinha o que comer. Costumava ir ao templo pedir à Deusa da Fortuna para melhorar sua sorte, e nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar: - “A primeira coisa que você tocar quando sair do templo lhe trará grande fortuna”. O Senhor Palha levou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado. Mesmo assim, saiu pensando: “Eu sonhei ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, a procura da sorte. Na pressa, acabou tropeçando nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu na terra. Ao se pôr de pé, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fiapo de palha.
“Bom”, pensou ele, “um fiapo de palha não vale nada mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu pegasse, é melhor guardar”. E lá foi ele, segurando o fiapo de palha. Logo adiante apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele. Tentou espantá-la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da sua cabeça, e ele pensou: “Muito bem, se não quer ir embora, fique comigo”. Apanhou a libélula e amarrou o fiapo de palha no rabinho dela. Ficou parecendo uma pequena pipa, e ele continuou descendo a rua com a libélula no fiapo. Logo encontrou uma florista com o filhinho, a caminho do mercado, onde iam vender flores. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, suado, e a poeira lhe trazia lágrimas aos olhos. Mas quando o menino viu a libélula zumbindo amarrada ao fiapo de palha, seu rostinho se animou. - Mãe, me dá uma libélula? – pediu. - Por favor! “Bom”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna me disse que o fiapo de palha traria sorte, mas esse garotinho... E deu a libélula no fiapo para o garoto. - É muita bondade sua – disse a florista. - Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. Aceita? O Senhor Palha agradeceu e continuou o seu caminho, levando a rosa. Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num toco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz, e o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido. - Vou pedir minha namorada em casamento hoje à noite – disse o rapaz. Não tenho nada para dar a ela. - Bom, também não tenho nada – disse o Senhor Palha. - Não tenho nada de valor, mas se quiser dar a ela esta rosa, é sua. O rosto do rapaz se abriu num sorriso ao ver a esplêndida rosa. - Fique com essas três laranjas, por favor – disse o jovem. - É só o que posso dar em troca. O Senhor Palha seguiu andando, carregando as três laranjas. Logo encontrou um mascate, ofegante. - Estou puxando a carrocinha o dia inteiro e estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. Preciso de um gole de água. - Acho que não tem nem um poço por aqui – disse o Senhor Palha. - Mas se quiser pode chupar estas laranjas. O mascate ficou tão grato que pegou um rolo da mais fina seda na carroça e deu-o ao Senhor Palha, dizendo: - O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca. E o Senhor Palha mais uma vez seguiu pela rua, com o rolo de seda debaixo do braço. Mais tarde, viu passar a princesa numa carruagem. Tinha um olhar preocupado, mas logo se alegrou ao ver o Senhor Palha. - Onde arrumou essa seda? – gritou ela. - É justamente o que estou procurando. Hoje é aniversário de meu pai e quero dar um quimomo real para ele. - Tenho prazer em lhe dar essa seda. – disse o Senhor Palha. A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte. - O senhor é muito generoso – disse sorrindo. - Por favor, aceite esta jóia em troca. A carruagem se afastou, deixando o Senhor Palha segurando a jóia de inestimável valor refulgindo à luz do sol. “Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fiapo de palha que não valia nada e agora tenho uma jóia!” Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, fez uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha era um dos maiores produtores de arroz. Mas a riqueza não o modificou. Sempre ofereceu arroz aos que tinham fome e ajudava a todos que o procuravam. Diziam que sua sorte tinha começado com um fiapo de palha, mas acho mesmo que foi com a generosidade.
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