sábado, 22 de março de 2008

Chico: teatro e cinema - 1988

Yan Michalski

No dia 17 de dezembro de 1965, sentado no Teatro Maison de France, passei por uma das primeiras emoções inesquecíveis da minha incipiente carreira de critico teatral. Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, na montagem do TUCA paulista, trazia um poderoso sopro de renovação para o teatro brasileiro. Sopro de poesia e, ao mesmo tempo, de inconformismo social; de brasilidade e de universalidade; de desespero e de fé. Sopro, também, de uma singular musicalidade, que escapava dos limites das lindas canções e irradiava-se por todos os setores do espetáculo. Ele devia-se à colaboração, que na minha critica adjetivei de “inspiradíssima” e “maravilhosa”, de um estudante de Arquitetura, ainda não Chico Buarque, mas Francisco Buarque de Hollanda, 19 anos de idade. Ninguém no Rio tinha ouvido falar nele; ninguém iria, nunca mais, esquecer seu nome.

Algum tempo depois, ele procurou-me, com toda a sua na época proverbial timidez e um texto debaixo do braço: sua obra de estréia como autor teatral, Roda-viva, sobre a qual ele queria que eu lhe desse uns palpites. Não sei mais o que achei e do que comentei com ele, mas lembro-me do susto que levei quando soube mais tarde que Roda-viva ia ser dirigida por José Celso Martinez Corrêa, então no auge do seu genial delírio tropicalista: a tocante mas ingênua fábula de Chico não me parecia combinar com a fúria iconoclasta de Zé Celso. De fato, o próprio diretor descreveria depois metaforicamente a maneira como se apropriou do texto e o transformou num veículo de contundente agressividade cênica: “Eu sugeri que o cartaz da peça fosse o Chico Buarque num açougue ou os olhos verdes de Chico boiando como dois ovos numa posta de fígado cru, pois foi assim que vi o Chico de Roda-viva.” No resultado mostrado em cena, a violência da encenação sobrepunha-se esmagadoramente à matéria-prima literária, a tal ponto que quase ninguém se lembrou de discutir o texto, enquanto a encenação desencadeou uma inédita onda de polêmicas, coroada por um brutal atentado que o espetáculo sofreu em São Paulo. O autor teatral Chico Buarque, aliás, fez questão de aprovar e apoiar a livre criação diretorial de Zé Celso - nascia abafado por um vendaval de invenção cênica que ofuscava a sua peça. Mas o compositor e letrista Chico Buarque criava para Roda-viva algumas canções antológicas, que permaneceriam até hoje na ponta da língua de milhares de pessoas.

O autor teatral Chico Buarque, agora em parceria com Ruy Guerra, voltaria a ser esmagado na sua tentativa seguinte; só que por uma força diametralmente aposta à delirante liberdade criadora de Zé Celso. Quem esmagou a segunda tentativa dramatúrgica de Chico, Calabar, foi a Censura, proibindo o seu lançamento às vésperas da estréia. Lembro-me de que nós, os jornalistas, fomos até impedidos de sequer mencionar o título da peça em qualquer noticiário. Mas, por um desses surrealistas paradoxos característicos da época, o disco com as músicas foi autorizado a circular, embora sem o título Calabar na capa; e logo as canções adquiriram uma existência independente da peça para a qual foram escritas, e passaram a fazer parte, como tantas outras de Chico, do nosso subconsciente coletivo. Infelizmente, quando alguns anos mais tarde Calabar pôde finalmente ser montado em São Paulo, o momento mais oportuno para a sua apresentação já havia passado, e o seu impacto não foi o mesmo que teria sido se a peça tivesse sido vista dentro do contexto histórico a partir do qual e para o qual fora escrita.

Bem diferente foi a sorte de Gota d’água que, lançada em 1975, integrou, junto com Um grito parado no ar, O último carro e alguns outros espetáculos, um conjunto das primeiras luzinhas no fim do túnel: já se tornava de novo possível colocar no palco, por um prisma crítico, o Brasil no qual estávamos vivendo. Por outro lado, contrariamente a Roda-viva e Calabar, Gota d’água não era um musical, mas um drama poético em versos, com algumas canções. Pela primeira vez poderíamos avaliar as possibilidades de Chico como dramaturgo, sem ficarmos condicionados pela admiração que todos temos pela sua produção como letrista e compositor. O resultado não surpreendeu: o texto foi saudado como uma obra-prima da dramaturgia brasileira, e até hoje nada perdeu da sua densidade. Trabalhando mais uma vez em parceria, agora com Paulo Pontes, ambos baseando-se numa idéia original de Oduvaldo Vianna Filho, Chico confirmava aqui, deslumbrantemente, os seus dons de poeta e a sua sintonia com o lirismo da alma brasileira.

Em A ópera do malandro, Chico, em 1978, dispensa parceiros e assume de novo sozinho a responsabilidade da matéria dramatúrgica e musical. Ou melhor, enfrenta corajosamente o peso de suas parcerias indiretas: a de Brecht, em cuja Ópera dos três vinténs assumidamente se inspirou, e a de John Gay, em cuja Ópera dos mendigos Brecht se inspirara. A Ópera do malandro tem um volume de pesquisa histórica, uma qualidade literária da escrita e uma idéia-base do enredo à altura do melhor Chico; mas a inevitável comparação com a obra-prima de Brecht-Weill resultou-lhe incômoda; e o espetáculo foi algo desservido por uma montagem não muito feliz. Mas, mais uma vez, várias canções escritas para a peça levantaram um vôo autônomo e foram pousar no coração da gente.
Talvez seja esta magistral capacidade que faz de Chico Buarque, sem sombra de dúvida, uma das mais indispensáveis personalidades do Brasil de hoje, uma das poucas que fazem parte diária da nossa intimidade, sem que seja necessário conhecê-las pessoalmente.

sexta-feira, 21 de março de 2008

O Senhor Palha

Extraído de “O Livro das Virtudes”, de William J. Bennett

Era uma vez, há muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Nem tinha sorte. Mal tinha o que comer. Costumava ir ao templo pedir à Deusa da Fortuna para melhorar sua sorte, e nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar: - “A primeira coisa que você tocar quando sair do templo lhe trará grande fortuna”. O Senhor Palha levou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado. Mesmo assim, saiu pensando: “Eu sonhei ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, a procura da sorte. Na pressa, acabou tropeçando nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu na terra. Ao se pôr de pé, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fiapo de palha.

“Bom”, pensou ele, “um fiapo de palha não vale nada mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu pegasse, é melhor guardar”. E lá foi ele, segurando o fiapo de palha. Logo adiante apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele. Tentou espantá-la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da sua cabeça, e ele pensou: “Muito bem, se não quer ir embora, fique comigo”. Apanhou a libélula e amarrou o fiapo de palha no rabinho dela. Ficou parecendo uma pequena pipa, e ele continuou descendo a rua com a libélula no fiapo. Logo encontrou uma florista com o filhinho, a caminho do mercado, onde iam vender flores. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, suado, e a poeira lhe trazia lágrimas aos olhos. Mas quando o menino viu a libélula zumbindo amarrada ao fiapo de palha, seu rostinho se animou. - Mãe, me dá uma libélula? – pediu. - Por favor! “Bom”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna me disse que o fiapo de palha traria sorte, mas esse garotinho... E deu a libélula no fiapo para o garoto. - É muita bondade sua – disse a florista. - Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. Aceita? O Senhor Palha agradeceu e continuou o seu caminho, levando a rosa. Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num toco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz, e o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido. - Vou pedir minha namorada em casamento hoje à noite – disse o rapaz. Não tenho nada para dar a ela. - Bom, também não tenho nada – disse o Senhor Palha. - Não tenho nada de valor, mas se quiser dar a ela esta rosa, é sua. O rosto do rapaz se abriu num sorriso ao ver a esplêndida rosa. - Fique com essas três laranjas, por favor – disse o jovem. - É só o que posso dar em troca. O Senhor Palha seguiu andando, carregando as três laranjas. Logo encontrou um mascate, ofegante. - Estou puxando a carrocinha o dia inteiro e estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. Preciso de um gole de água. - Acho que não tem nem um poço por aqui – disse o Senhor Palha. - Mas se quiser pode chupar estas laranjas. O mascate ficou tão grato que pegou um rolo da mais fina seda na carroça e deu-o ao Senhor Palha, dizendo: - O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca. E o Senhor Palha mais uma vez seguiu pela rua, com o rolo de seda debaixo do braço. Mais tarde, viu passar a princesa numa carruagem. Tinha um olhar preocupado, mas logo se alegrou ao ver o Senhor Palha. - Onde arrumou essa seda? – gritou ela. - É justamente o que estou procurando. Hoje é aniversário de meu pai e quero dar um quimomo real para ele. - Tenho prazer em lhe dar essa seda. – disse o Senhor Palha. A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte. - O senhor é muito generoso – disse sorrindo. - Por favor, aceite esta jóia em troca. A carruagem se afastou, deixando o Senhor Palha segurando a jóia de inestimável valor refulgindo à luz do sol. “Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fiapo de palha que não valia nada e agora tenho uma jóia!” Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, fez uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha era um dos maiores produtores de arroz. Mas a riqueza não o modificou. Sempre ofereceu arroz aos que tinham fome e ajudava a todos que o procuravam. Diziam que sua sorte tinha começado com um fiapo de palha, mas acho mesmo que foi com a generosidade.

quinta-feira, 20 de março de 2008

HUMOR

Um casal de idosos recebe alguns amigos para o almoço. Os homens conversam na sala enquanto as mulheres preparam a comida:
- Ontem à noite saímos para jantar num novo restaurante e foi ótimo – diz o homem idoso.
- Qual é mesmo o nome do restaurante?
Ele enruga a testa, concentrado, e finalmente diz ao amigo:
- Como se chama aquela flor vermelha que a gente dá para quem ama?
- O cravo?
- Não. Não.
- A papoula?
- Nããão! Você sabe, aquela que é vermelha e tem espinhos.
- Você quer dizer a rosa?
- Sim, isso mesmo! Obrigado!
Então, vira-se para a cozinha e grita:
- Rosa! Como é mesmo o nome daquele restaurante que a gente foi ontem à noite?


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A sogra chega ao portão e encontra o genro saindo com a mala, furioso.
- O que aconteceu, rapaz? – ela pergunta.
- Acontece que eu fui viajar e mandei um telegrama para sua filha avisando que voltaria hoje. Chego em casa e o que eu encontro? Ela com outro. Nem mandando um telegrama ela me respeita. É o fim, estou indo embora.
- Calma – pede a sogra. - Deve haver algo errado nessa história. Minha filha jamais faria uma bobagem dessas. Espere que eu vou verificar.
Alguns momentos depois volta a sogra sorridente.
- Não disse que havia alguma coisa errada? Minha filha não recebeu o seu telegrama.

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No consultório, o paciente recebe a notícia de que tem apenas mais três minutos de vida e diz, desesperado:
- Doutor, o que o senhor pode fazer por mim???
E o médico responde:
- Um miojo...

terça-feira, 18 de março de 2008

A deliciosa gramática de Millôr


Millôr Fernandes

Texto de Jorge Portugal

Caiu em minhas mãos, dada de presente pelo grande cineasta baiano Eduardo Spilberg, uma publicação mensal intitulada “Língua Portuguesa”, da editora Segmento. Excelente revista. Lúcida em sua determinação editorial de contemplar a pluralidade das vertentes que pensam e refletem sobre o fenômeno da linguagem, rica em suas incursões pelos deslumbrantes caminhos de nossa literatura, enfim, um periódico que fazia falta a todos aqueles que lidam com o tema, quer sejam diletantes, pesquisadores ou professores.

Nesse primeiro número, o destaque vai para uma entrevista com o escritor, humorista e pensador da cultura Millôr Fernandes. Rápido no raciocínio e afiado nas respostas, Millôr é daquelas pessoas que parecem viver em estado permanente de criação. Não bastasse ter sido ele um dos mentores do jornal “O Pasquim”, bíblia semanal da inteligência brasileira na década de 70, em “Língua Portuguesa”, transforma-se em um “gramático” crítico de regras gramaticais que considera esdrúxulas ou despropositadas. São comentários e reflexões feitos com a mesma verve mordaz e demolidora que caracteriza os textos de Millôr.

Ao comentar, por exemplo, a gênese e a trajetória das palavras, diz: “As palavras nascem saudáveis e livres, crescem vagabundas e elásticas, vivem informes, informais e dinâmicas. Morrem quando contraem o câncer do significado definitivo e são recolhidas ao CTI dos dicionários.” Alguém poderia dizer tudo isso com estilo igual ou com maior precisão?

Em outro delicioso momento, desconstruindo inteiramente o que aprendemos acerca de morfologia e classes gramaticais, Millôr Fernandes afirma que “é evidente que no princípio foi a interjeição, insopitável pelo espanto diante do fogo, do raio. Depois foi o substantivo para designar a pedra e a chuva. E logo, o adjetivo, que fazia tanta falta para ofensas. Mas eles continuam insistindo que no princípio era o verbo”.

O que ressalta nessa “gramática” de Millôr é que o olhar não-acadêmico, de quem maneja a língua e não apenas a estuda, aliado a uma afiadíssima capacidade criativa, pode nos ensinar, brincando, coisas que a linguagem hermética dos especialistas teima em nos apresentar de modo afetado e insosso. O humor é forma suprema de comunicação e a aprendizagem, que deveria ser filha do prazer, poderia ser mais eficaz se viesse acompanhada de uma boa gargalhada.

A última: “Que língua a nossa! A palavra oxítona é proparoxítona.” Viva Millôr!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Expressões Populares - significado e histórico

A DAR COM O PAU

Significado: Com abundância, em quantidade.

Histórico: O substantivo “pau” figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sopa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau.

SANTINHA DO PAU OCO

Significado: Expressão que se refere à pessoa que se faz de boazinha, mas não é.

Histórico: Nos século XVIII e XIX os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era “recheado” com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.

CALCANHAR DE AQUILES

Significado: O ponto fraco de uma pessoa.

Histórico: De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar.

VOTO DE MINERVA

Significado: O voto decisivo.

Histórico: Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu.

CASA DA MÃE JOANA

Significado: Onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar, prostíbulo e de lugares em que a bagunça, a farra e a promiscuidade predominavam.

Histórico: Essa frase teve origem no século XIV, quando uma mulher abriu uma casa na qual se podia fazer de tudo. Essa mulher, obviamente, chamava-se Joana e era a condessa de Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. A jovem sempre teve uma vida cheia de confusões. Outra versão, esta brasileira, diz que na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país...

Fonte: http://www.suigeneris.pro.br, temporariamente fora do ar.

domingo, 16 de março de 2008

TIRA-TEIMA

É verdade que Pelé já jogou pelo Flamengo?
O rei do futebol fez uma única partida com a camisa rubro-negra. Foi depois que encerrou a carreira profissional, no amistoso entre Flamengo e Atlético Mineiro, em 6 de abril de 1979, no Maracanã, em benefício dos flagelados das enchentes que assolaram o país naquele ano. O Mengo goleou (5 x 1) e Pelé não quis bater um pênalti, deixando a bola para o meia e ídolo Zico.
É verdade que o Bahia foi o primeiro campeão brasileiro da história?
Até 1959, não existia nenhum campeonato que reunisse clubes dos diversos Estados do país. O primeiro deles foi a antiga Taça Brasil, criada em 1959 para apontar o representante brasileiro na recém-criada Taça Libertadores da América. E o primeiro campeão foi mesmo o Bahia, derrotando o Santos de Pelé nas Finais. O Tricolor havia vencido a primeira na Vila Belmiro (3 x 2), perdeu a segunda em Salvador (0 x 2) e ganhou a partida-desempate, no Maracanã, por 3 x 1.
É verdade que o Vitória foi o primeiro clube a representar a Seleção Brasileira?
Oficialmente, a primeira partida da Seleção Brasileira foi contra o Exeter City, da Inglaterra, em 1914. Mas houve uma fase anterior, em que combinados nacionais representavam o Brasil. Em 7 de junho de 1903, no jogo Combinado Baiano 0 x Combinado Inglês 0, a base do time baiano era formada pelo Vitória. Mesmo que extra-oficialmente, aquela pode ser considerada a primeira vez que um time representou o Brasil.
Antes mesmo de conquistar o bicampeonato Mundial Interclubes em 1992 e 1993, o São Paulo já ostentava duas estrelas douradas em sua bandeira. Por quê?
Porque elas não se referem ao bicampeonato Mundial Interclubes. Mas, sim, a duas medalhas olímpicas de ouro conquistadas no salto triplo por Adhemar Ferreira da Silva, atleta do clube. A primeira, nas Olimpíadas de 1952, em Helsinque, na Finlândia. A segunda, nos jogos de Melbourne, Austrália, em 1956.
Quem marcou o “gol iluminado”, que deu ao Internacional o seu primeiro Campeonato Brasileiro, em 1975? Por que a jogada ganhou esse nome?
O famoso “gol iluminado” aconteceu no Beira-Rio, na Final do Campeonato Brasileiro de 1975, entre Internacional e Cruzeiro. Foi marcado pelo zagueiro colorado Figueroa, de cabeça, aos 11 minutos do 2º tempo, e deu ao Inter o seu primeiro título nacional. Revendo a jogada pela televisão, fica fácil concluir por que ela ganhou esse nome: na grande área do gol de Raul, justamente onde Figueroa subiu para cabecear, havia uma faixa de luz provocada pelo sol. Único ponto fora de uma enorme sombra, que tomava todo o gramado.
Fonte: Revista Placar