sexta-feira, 25 de abril de 2008

O que as mulheres vêem nele?



O Estado de São Paulo - 19/06/2004
Beth Néspoli

São Paulo – “Não se afobe não, que nada é para já / O amor não tem pressa, ele pode esperar” - canta Chico nos versos da canção “Futuros Amantes”. “Claro, Chico, eu espero, o tempo que você quiser”, suspira a ouvinte. Essa cena, fictícia, representa um desejo feminino bastante comum, e não restrito a adolescentes, quando se trata de Chico Buarque. Já se tornou folclórica a sedução que Chico exerce sobre as mulheres. Mas agora falando sério, por que ele é tão atraente? A julgar pelas entrevistas colhidas pela reportagem, um dos aspectos fundamentais - para além da evidente beleza de sua poética e de seus olhos - é a sua discrição, a forma elegante como preserva sua vida privada, qualidade atualmente rara entre famosos, cada vez mais falastrões, exibicionistas, prepotentes e tolos.

“É uma qualidade fantástica a forma como ele se preserva”, diz a jovem atriz e produtora Fernanda D’Umbra. “Os homens ficaram muito pavões de uns tempos para cá. O Chico nunca caiu nessa. Apesar de ser uma figura pública, ele fica na dele, joga futebol com os amigos, leva a mesma vida de sempre. Jamais foi seduzido por esse glamour cafonérrimo de programas de televisão ou revistas de celebridades. Isso é muito atraente.”

A experiente atriz e diretora Denise Weinberg concorda. “Ele nunca está envolvido em fofocas, sabe preservar sua dignidade. Aquele jeitinho contido cativa as mulheres, sobretudo as fortes, é uma atração fatal”, brinca. “Atrai nele a discrição. Foi admirável a forma elegante como lidou com a separação. E ele vem conseguindo manter a mesma atitude ética e digna em todas as fases da vida. Ao contrário de outros artistas que eu admirava, ele está envelhecendo muito bem”, observa a tradutora e ensaísta Fatima Saadi.

Se a discrição é a qualidade mais apontada no homem Chico, a obra é admirada sob muitos ângulos. Porém, o que mais seduz as mulheres é a forma como ele as retrata em suas músicas. “Nenhum outro compositor compreende a alma feminina como ele. Ele tem uma capacidade ímpar de traduzir poeticamente as coisas mais cotidianas do amor”, diz Walderez de Barrros. Para reforçar seu argumento, ela lembra os versos de uma canção sobre separação, “Eu te Amo”: “como (partir) se na desordem do armário embutido / meu paletó enlaça o teu vestido / e teu sapato ainda pisa no meu” ou “teus seios ainda estão nas minhas mãos”. “É lindo isso! São essas pequenas coisas que doem mais fundo nesse momento.” Bem semelhante é o pensamento da atriz Denise Weinberg. “Ele lida com o prosaico de forma tão poética que o transcende. Por exemplo: ‘todo dia ela faz tudo sempre igual’. É simples demais, porém a gente ouve isso e chora.” Ambas, Walderez e Denise, ressaltam o misto de simplicidade e sofisticação como uma das mais sedutoras virtudes de Chico. “Não é fácil ser simples. A cada vez que um diretor diz ‘é simples’ eu fico arrepiada, pois isso é muito difícil”, diz Walderez. “Chico fala do caos urbano, de crianças de rua, de traição, de amor, com harmonias e arranjos sofisticados, que emocionam, porém são cantáveis e podem ser tamborilados na mesa do bar. Atingir o simples, requer muita humildade. E isso cativa”, completa Denise.

Fernanda D’Umbra não fica atrás em sua admiração ao compositor. “Chico escreve muito bem e isso é extremamente sedutor. Nenhuma mulher fica imune a seus versos. Ele é um poeta sensível e um profundo conhecedor da língua portuguesa. Chico é a prova cabal de que é possível ser sofisticado e popular a um só tempo.”

Como se não bastasse ética, elegância, sensibilidade e talento - ainda tem aqueles olhos verdes! “Além de tudo ele é fisicamente lindo. Nem precisava, mas é. Não se pode esquecer isso, jamais”, ressalta Fernanda. “Ele foi um jovem lindo; amadureceu e ficou um homem lindo e, se a gente tiver sorte e espero que tenhamos, ele vai viver muito e vai se tornar um velho lindo.”

quinta-feira, 24 de abril de 2008

HUMOR

Um marido está em casa assistindo ao jogo de futebol, quando sua mulher o interrompe:
- Querido, você pode trocar a lâmpada do corredor?
Ele olha para ela e responde:
- Você está vendo a logomarca da Phillips na minha testa? Acho que não!
A mulher pergunta:
- Então você pode consertar a porta da geladeira? Não está fechando.
E ele responde:
- Você está vendo a logomarca da Brastemp na minha testa? Acho que não!
Ele então vai para o bar e, depois de beber por algumas horas, começa a se sentir culpado pela forma como tratara a mulher. Volta para casa e percebe que a lâmpada do corredor foi trocada e que a porta da geladeira está fechando.
- Querida, como tudo foi consertado? – ele pergunta.
- Bem – ela começa –, quando você saiu, um jovem muito simpático se ofereceu para consertar tudo, e eu só teria de escolher entre ir para a cama com ele ou fazer um bolo.
O marido pergunta:
- Que bolo você fez para ele?
Ela responde:
- Você está vendo a logomarca da Quarker na minha testa? Acho que não!


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Um homem, de férias, viajava em seu carro com a família. Sua sogra gritava e gritava, sem parar! O sujeito já estava ficando nervoso e a sogra não parava de gritar, urrar e espernear. Até que ele não agüentou. Parou o carro, abriu a porta, foi até a traseira, abriu a mala do carro e disse para a sogra, que estava lá dentro:
- Tá bom, pode ir lá na frente com os outros!

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Paciente: - Doutor, estou com um terrível problema de memória. Há alguma coisa que eu possa fazer?
Médico: - Pagar a conta adiantado!

terça-feira, 22 de abril de 2008

QUARTA POÉTICA - LINO VITTI




VELEIRO DO AMOR

Coração - débil barco aventureiro –
pelo oceano do amor, toma cautela.
Pode surgir um vendaval traiçoeiro
que te arrebate e te estraçalhe a vela.

Perscruta o rumo. Sobre o mar inteiro
se prepare talvez árdua procela.
Busca horizontes claros, meu veleiro,
onde o sol brilha e o mar não se encapela.

Não te faças ao largo em demasia
que vem a noite horrenda e a treva zás
queira roubar-te a luz que te alumia.

E então sem rumo, sem farol, sem paz
quiçá não possas mais voltar um dia
à imensa praia que deixaste atrás.



FLORINDO CORAÇÕES

Veja o belo jardim como anda florescido
tanta roseira em flor sonhando com perfumes!
Um verdadeiro céu de estelíferos lumes
estilhaçado em chão de vidro derretido.

Em flores transformou-se a montanha de estrumes
dando vida ao odor tristonho e ressequido.
Convidados da noite a um banquete subido
são insetos que vêm e luzem vagalumes.

Veja as rosas que estão clamando por olhares,
por sorrisos de quem bem perto delas passa,
por beijos de manhãs e céus crepusculares.

Deixemos repousar a vista generosa
nesse encanto floral da roseira que é graça
fundindo em coração cada botão de rosa.


SAINDO PELA BOCA DO EDU LOBO .....
E CHEGANDO PELOS OLHOS DO PAUL McCARTNEY!

por Marly Spacachieri

Lá estamos nós cantando as músicas classificadas. Anos bons, letras e melodias boas, clima político terrível. Tento ter cabelos longos porque são lisos, mas, sempre e sempre mais, aparece a tesoura da arte de cortá-los, sob o pagamento dos meus pais e fico eu com uma risca do lado esquerdo e um topete – quase franja – na testa. Pescoço? Descoberto. Liso demais, esse cabelo! A Elis Regina usava um igual e a Rita Pavone, italianinha, também. Então, tudo resolvido. Nada de cabelos longos. Não tem que reclamar, menina!

A escola é técnica e eu e ELA carregamos nossos livros de contabilidade para cima e para baixo. ELA mora perto! Eu moro mais ou menos perto! A música está presente porque ELA estuda piano e eu me apaixono perdidamente por Tchaikovsky em seu Concerto número 1 para piano e orquestra. Correm os anos da década de 60, meio dela, indo para o fim. Festivais da música brasileira.

As letras das músicas recortadas da revista Intervalo. Tem fotos dos artistas. Edu Lobo é um moço alto, magrinho, desengonçado com as mãos, sorridente com dentões brancos, fumando muito e blusa de gola role embaixo de um paletó. Modelo bom moço. Não agrada a “tchurma da jovem guarda” porque a “brasa, mora” é usar cabelos longos, roupas multicoloridas e um andar gingado, descarado, meio vou-mas-não-muito. Canta bem, o rapaz. Toca violão, coisa de gente meio suspeita. E tem olhos grandes. ELA se encanta, se apaixona, verte lágrimas. Ele mora no Rio de Janeiro. ELA recorta as fotos e as guarda dentro dos meus livros de contabilidade. Os pais dELA não querem paixões que não sejam as clássicas. Lá vou eu carregando Edu Lobo encostado no meu futuro seio direito. Todos os dias ele, Edu Lobo, sai de lá e corre como figurinha para as mãos da amada desconhecida, que o beija entre lágrimas.
Assim se canta Ponteio, ainda que com um ciúmes daquela mocinha magricela que ficava ao lado dele! Bonita? Nããããão! Bonitinha. Só. Cigarros escondidos, chicletes e até perfume esfregado nos dentes. Muitas lágrimas. Vontade de morrer diante de tanta dor. Dor de ter sido abandonada sem nunca ter tido. Imaginação do beijo, da boca na boca. Suspiros e eleição do “Soneto” de Camões como o bálsamo para o sofrimento imenso. Filmes românticos e brigadeiro comido na panela entre goles de guaraná. Muita tristeza. Vontade de fugir ou de morrer!

Um socorro! Um Help! Aquele rapaz é algo como sensacional. Tem cara de anjo, triste como só um deles pode ser. Canta macio. Sorriso comedido. Cabelos quase longos. Guitarra, instrumento do demo! Grita por socorro! Nosso canto? Desculpa para aprender o inglês, é mais fácil assim, fica retido na memória, pai! Coisa boa. E os lábios? E a boca? Suspense dELA na descoberta do novo sentimento. Mora mais longe que o do Rio. Inglaterra? England, sir! The table, the cat, the dog, I love you! The Wolf? Go home! ELA? Novos caminhos e mesmos suspiros. Agora? Sonetos embriagantes de Shakespeare. Outros cigarros com brigadeiro. Fotos recortadas para dentro dos meus livros de contabilidade. Será que brigarão? Dois autênticos cavalheiros? Espadas? Luvas de desafio de duelo? HELP! Viro heroína anônima, tiro as fotos do Lobo/Wolf e coloco no meu diário. Ficam lá até quando as encontro durante a faxina anual do armário. O brilho desses olhos, ao vivo, hoje, é o mesmo. O cabelo –menos - ainda liso, teima em cair no rosto. A sua música toma caminhos maravilhosos. Quanto à boca do Paul, sei não! Não acho nenhuma foto dele! ELA? Casou-se, teve filhos e só canta as coisas de Deus. Eu? Tenho cabelos longos e nenhum topete. Não canto nada. Ouço muito, anoto tudo e transcrevo o que posso sobre os lobos.

Expressões Populares - significado e histórico

PODE TIRAR O CAVALO DA CHUVA

Significado: Pode esperar que vai demorar.

Histórico: No interior o meio de transporte mais utilizado é o cavalo. Além de não enguiçar nem parar por falta de combustível, o cavalo tem a vantagem de deixar clara a intenção do visitante na chegada. Se ele amarra o bicho na frente da casa, sinal de permanência breve; se leva para um lugar protegido da chuva e do sol, pode botar água no feijão, o moço vai demorar. Depois o sentido da expressão se ampliou para desistir de um propósito qualquer.


OVELHA NEGRA DA FAMÍLIA

Significado: Filhos que não têm bom comportamento.

Histórico: A história dessa frase nasceu do milenar trabalho de pastoreio. Em todo o rebanho há um animal de trato difícil, que não acompanha os outros. Cuidando das ovelhas, protegendo-as dos lobos, providenciando-lhes os melhores pastos, o pastor não evita, porém, que uma delas se desgarre. É a “ovelha negra”. Por metáfora, a frase passou a ser aplicada nas famílias e em outras comunidades, a filhos ou a afiliados que não têm bom comportamento. Na “Ilíada”, de Homero (século IX a. C.) relata o sacrifício de uma ovelha negra como garantia do pacto celebrado entre Páris e Menelau, que resultou na guerra de Tróia. Mas ela não foi punida por mau comportamento. Como muitas ovelhas negras, era inocente.


BATEU AS BOTAS

Significado: Morreu.

Histórico: Esta frase é uma variante das tradicionais “Esticou as canelas”, “Abotoou o paletó”, “Partiu desta para melhor”. O curioso, porém, é que se aplica apenas ao morto adulto, do sexo masculino, que tenha o costume de andar de botas ou ao menos calçado. O sapato tem sido símbolo de qualificação social ao longo de nossa história, tendo partilhado seu prestígio com certa marcas de tênis, em busca dos quais adolescentes delinqüentes chegam a matar. Provavelmente bate as botas ao morrer alguém de certas posses, ao menos remediado. Outros morto apenas esticam as canelas ou parte desta para melhor. No segundo caso, partem com estilo, fazendo dupla elipse, já que está subentendido que partiram desta para outra vida, que os comentadores antevêem mais favorável a quem partiu. Dependendo da herança, sua partida é mais favorável para quem ficou. As origens da frase residem no bom trato despedindo aos mortos, posto arrumadinhos nos caixões, com o paletó abotoado. Como, porém, as mulheres passaram a usar roupas semelhantes às dos homens, também elas podem abotoar o paletó à triste hora da partida. A pergunta, entretanto, permanece: triste para quem? Sábios, os latinos cunharam outra frase: “Requiescat in pacem” (descanse em paz). E há um emblema para as cerimônias da morte, o Requiem (Descanso). Um dos mais célebres é o de Mozart.

domingo, 20 de abril de 2008

TIRA-TEIMA

Onde seriam realizadas as Copas do Mundo de 1942 e 1946, que foram canceladas por causa da Segunda Guerra Mundial?

Em 1942, a Copa seria no Brasil (onde foi, por fim, realizada em 1950). Para 1946, eram candidatas a Alemanha – que só realizaria esse desejo, pela primeira vez, em 1974 – e a Hungria, aguardando sua vez até hoje.

Se o italiano Baggio não tivesse perdido seu pênalti na decisão da Copa de 1994, contra o Brasil, quem seria o brasileiro escalado para a quinta cobrança?

Bebeto cobraria o último pênalti brasileiro, mas não houve necessidade da cobrança. A Itália começou chutando – fora – com Baresi. Pagliuca defendeu o pênalti de Márcio Santos. Albertini fez Itália 1 x 0, Romário empatou em 1 x 1. Evani fez Itália 2 x 1, Branco empatou de novo. Aí Taffarel defendeu o pênalti de Massaro, Dunga marcou 3 x 2 para o Brasil e Baggio mandou para fora o último pênalti da Itália.

Quando e por que surgiram os cartões amarelo e vermelho?

Os cartões surgiram para facilitar a comunicação entre jogadores e juízes que falam línguas diferentes, em jogos internacionais. Tudo começou porque no jogo Inglaterra 1 x Argentina 0, pelas Quartas-de-Final na Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, o volante argentino Rattín gesticulava, tentando se fazer entender pelo árbitro alemão W. Kreitlein. Acabou expulso, pois o juiz, que não falava espanhol, pensou que estava sendo insultado. O episódio fez com que a Fifa pensasse uma maneira de jogadores e juízes que falavam línguas diferentes se entenderem melhor, principalmente quanto ao aspecto disciplinar. Por isso, a partir do Mundial seguinte, no México, em 1970, surgiram os cartões amarelo (advertência) e vermelho (expulsão). A partir daquela competição, a fórmula foi adotada em todos os jogos.

Quantos gols Bobô, o craque do Bahia, marcou na campanha do título brasileiro de 1988, de um total de 33 gols assinalados pelo Tricolor?

Para vencer o Campeonato Brasileiro de 1988, o Bahia jogou 29 vezes. Venceu 13, empatou 11 e perdeu apenas 5. Marcou 33 gols e sofreu 23. Ao contrário da impressão que ficou, em termos numéricos Bobô não foi tão decisivo assim. Fez apenas 6 gols (o artilheiro do time foi Zé Carlos, com 9, e o do campeonato, Nílson, do Internacional, com 15). Mas o meia estava presente na hora em que o time mais precisava. Como nas Semifinais contra o Fluminense (Bahia 2 x 1 em Salvador, com um gol dele) e na primeira partida da Final contra o Internacional de Porto Alegre (Bahia 2 x 1, dois gols dele). O título foi ganho com um empate de 0 x 0 em Porto Alegre, já em fevereiro de 1989.