sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Como cuidar de um bebê de um a três meses

Luiz Botelho

Ser pai sempre foi para mim um desejo incontrolável e planejava ter o máximo de filhos que me fosse permitido. Isso começou quando minha irmã caçula nasceu, aquela bonequinha que se mexia, chorava e falava sem precisar de pilhas. Contava então com sete anos de idade e ensinei "minha filhinha" a me chamar de Papaiz. Agora, passados muitos anos, a filha dela, "minha netinha", uma princezinha mais bonita do que a mãe, me trata de Tio Vovôiz, tratamento que me deixa sempre emocionado.

Meu curso secundário de pai ocorreu com o nascimento do meu primeiro sobrinho que, quis o destino, foi criado junto a nós como um irmão temporão. Com ele aprendi a carregar um bebê, ninar, trocar fraldas, perder noites e muitas outras atividades que um futuro pai certamente enfrentaria.

Quando minha esposa ficou grávida do nosso primeiro filho, comprei livros, revistas especializadas e tudo mais relacionado aos cuidados que se deve dedicar a um recém-nascido, afinal de contas começaria ali a minha prova de fogo como pai – meu curso superior.

Para complicar um pouco mais a minha tarefa, o pirralho resolveu nascer de sete meses, encurtando meu período de aprendizado teórico. Nos primeiros dias, as maiores dificuldades com que me deparei foram os soluços e as cólicas que não permitiam ao coitado – nem a nós – descansar até a próxima mamada, três horas depois da última, conforme o recomendado.

Lembrei, então, que tinha lido um artigo onde um casal de pediatras norte-americanos relatava a experiência feita com seus filhos e com centenas de seus clientes, sobre como evitar esses dois problemas nos três primeiros meses de vida de um bebê. Embora tenha folheado, página por página, cada revista da montanha que tinha comprado, não consegui encontrar o tal artigo. Não me restava outra alternativa a não ser tentar colocar em prática o método dos pediatras, baseado nas lembranças que eu ainda guardava, fazendo os ajustes necessários em cima dos resultados obtidos.

Como essa experiência foi muito bem sucedida e reaplicada, anos depois, com total eficiência quando do nascimento dos meus outros dois herdeiros, descreverei aqui o procedimento na certeza de que ele pode ser útil a quem pretenda um dia ter filhos.

Para início de conversa é importante frisar que a participação do pai é fundamental na aplicação do método, pois a mãe encontra-se um tanto quanto cansada após os meses de gestação e ao parto em si, principalmente nos primeiros dias. Antes de cada mamada é necessário fazer o asseio completo do bebê, mesmo que ele esteja chorando desesperadamente pelo leite materno. Após a mamada, o pai, ou quem estiver cuidando dele, deverá colocá-lo para arrotar da seguinte maneira: apoie a criança sobre seu peito, que deverá estar inclinado para trás o máximo possível, exercendo uma leve pressão nas costas do bebê com sua mão esquerda e com o dedo polegar sustentando o queixinho dele. Com a mão direita, pressione levemente o seu bumbum (o dele), de forma que os braços e as pernas do neném fiquem soltos e relaxados. Em poucos segundos o bebê irá soltar alguns arrotos bem vigorosos, mas não é hora ainda de colocá-lo no berço e é justamente aí que reside o grande segredo. Permaneça nessa posição por mais 10 minutos e é preciso ser persistente porque esses serão os minutos mais longos de sua vida, porém valerá à pena. Após esse tempo é comum o neném soltar uma série de pequenos arrotos e uns punzinhos, liberando bastante gazes que serão fundamentais para um sono prolongado. Coloque-o agora no berço e cuide para que a casa permaneça na mais possível tranqüilidade pelas próximas três horas. Se desejar, aproveite esse tempo para dar uma boa descansada, pois seu bebê não vai acordar tão cedo. Passadas às três horas regulamentares, não acorde o seu preguiçoso filhinho. Comece por introduzir alguns ruídos na casa, ligando o som não muito alto, conversando normalmente com seus familiares, entrando e saindo do quarto do bebê, abrindo gavetas, guarda-roupas etc., pois isso irá acostumá-lo a conviver com a zoada do dia-a-dia sem despertar. Depois de quatro horas de sono é conveniente acordá-lo delicadamente, pois, creiam, se deixar ele dorme a manhã toda e isso pode prejudicar seu sono à noite. Lembre-se que antes da mamada deve-se fazer o asseio do bebê, inclusive na hora do banho, não deixando se impressionar com seu choro de esfomeado, pois isso faz bem aos seus pulmões. À noite, deixe para dar a última mamada às 23 horas, aproximadamente. Pode acreditar que todos terão um merecido e tranqüilo descanso até às seis horas da manhã seguinte. É importante frisar que durante todo o dia não é necessário o uso de chupeta, podendo ser utilizada apenas antes das mamadas, durante o asseio do bebê, com o objetivo de acalmar (ou enganar) um pouco seu apetite, mas em hipótese alguma deverá ser adicionado mel ou açúcar no bico.

Quando meus filhos passavam dessa fase inicial de suas vidas, eu era sempre tomado por um forte desejo de ter outro bebê. Minha esposa engravidou quatro vezes, mas meu filho que se chamaria Luís Edmundo e que estaria este ano fazendo 20 anos, não veio ao mundo. Depois de minha caçula, hoje com 18 anos, minha esposa resolveu dar um basta na minha incontrolável intenção de ultrapassar a China em população. Sofri muito, mas já me acostumei e aviso sempre aos meus filhos: não pretendo aplicar este método em meus netos, portanto, cada um que balance seu Mateus.

2 comentários:

Romyna Lanza disse...

"Para início de conversa é importante frisar que a participação do pai é fundamental na aplicação do método, pois a mãe encontra-se um tanto quanto cansada após os meses de gestação e ao parto em si, principalmente nos primeiros dias".

Por que são poucos os pais que se lembram disso? Hehehe!

Stefan disse...

Luiz...
Essa parte que vc falou muito bem, juá tenho certo conhecimento, como cuidar de bebê, etc.
O que não lembro mais como é que faz, é prá fazer bebês...
Perdi o manual...

Você pode me ajudar ?

abração !!!