quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Como nasceu o futebol na Bahia

Texto de Luiz Botelho publicado no Jornal A Tarde em 13/03/2006, na seção Brado do suplemento A Tarde Esporte Clube

O Sr. José Ferreira, tesoureiro do British Bank, tinha um filho, o Zuza, como era conhecido na família. O endiabrado garoto deixava seus pais em constante preocupação, pois raro era o dia em que não recebiam uma queixa do menino. Decidiram, então, mandá-lo para a Europa, onde receberia uma educação melhor. Só assim, na Inglaterra, o garoto tomaria juízo - pensavam os pais. Passaram-se quatro ou cinco anos, quando, saudoso, o velho Ferreira resolveu ir buscar seu filho.

No dia 25 de outubro de 1901, singrava vagaroso as águas da Baía de Todos os Santos o Clyde da Mala Real e nele, na amurada do convés, lá estavam de regresso o velho Ferreira e o Zuza, já crescido, com ares de homem e com um sotaque estrangeirado. Nas suas malas, trazia o Zuza, caladinho, uma bola de couro.

Já em terra, logo no primeiro domingo, pela manhã, lá se ia o Zuza, contente, rumo ao Campo da Pólvora com a sua bola na mão. Na Lapa, encontrou os velhos amigos irmãos Tapioca, Petersen e Drumond e os convidou para o Campo da Pólvora. A mulecada, vendo aquele homem com uma bola daquele tamanho na mão, resolve segui-lo.

No Campo da Pólvora, Zuza formou o grupo no meio do campo. Deu algumas instruções, apanhou duas pedras separando-as a uma distância de 10 metros, mais ou menos. Estava feito o gol.

Em seguida, voltou ao meio-de-campo. Dividiu a rapaziada. Um goleiro, dois zagueiros e cinco atacantes. Isso feito, dá um lindo chute, verdadeira bomba.
Estava introduzido o futebol na Bahia – 28 de outubro de 1901.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Estava introduzido o futebol na Bahia – 28 de outubro de 1901".
28 de outubro, dia de São Judas Thadeu, o santo das causas impossíveis e padroeiro do meu FLAMENGOOOOOOOOOOOOOOO. Amo futebol, amo música, amo Chico Buarque de Hollanda e acho que todas essas afinidades me fazem amar o Luiz. Com todo respeito que tenho pela sua esposa.

Beijão, colega!

Anônimo disse...

Querida Romyna, muito cuidado com o que você diz a meu respeito, com todo respeito que tenho pela minha esposa. Já disse nestes tópicos da vida que sou um besta para chorar: já chorei muito, antigamente, nas tardes de sábado, assistindo o Programa Raul Gil. Mais recentemente, confessei o quanto já chorei, pasmem, nos paredões do BBB. E hoje, na solidão do meu quarto de pousada em Camamu, como poderia segurar palavras tão carinhosas? Amo todos vocês, colegas!