quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Transposição do Velho Chico

Estou há 60 km de distância de Sobradinho/BA, cidade onde o Frei Luiz escolheu prá fazer a sua segunda greve de fome, contra a transposição do rio, tendo feito a primeira greve, que durou 11 dias, no ano de 2005. Na ocasião, o presidente Lula se comprometeu a não ir mais adiante com esse projeto. Dois anos depois, ele, como tem se tornado de praxe, não cumpre com as promessas de campanha e começa os trabalhos do projeto.
O que é pior... parece não conhecer a realidade do rio, que ao longo de mais de 500 anos vem sendo assoriado, devido o desmatamento das suas margens, e devido a esse assoriamento, muitos trechos do rio que eram navegáveis, hoje não o são mais. Dentre tantas outras agressões que sofre ao longo do tempo e de todo seu curso. Quem não lembra da viagem que ele fez, a bordo de uma embarcação, da nascente a foz desse rio no ano de 1999 (não tenho certeza do ano).
Diferente do que eles dizem, esse projeto vai atender grandes latifundiários e projetos de irrigação, onde por por sua vez, nenhum pequeno agricultor, que deveriam ser o alvo de atendimento do mesmo, têm condição de manter seus lotes devido o alto custo dessa água... resultando o abandono desses lotes ou indo parar nas mãos dos grandes latifundiários.
Enquanto eles gastam milhões na transposição, milhares de famílias morrem de sede há menos de 5 km de distância da beira do rio, pq não realizar projetos sérios, onde essas mesmas famílias possam ser atendidas? Onde essas famílias possam aprender a conviver com a caatinga? Para que essas famílias não se exponham ao exodo rural, expondo suas filhas a todo tipo de exploração, e seus filhos a marginalidade?
Deixo prá vcs o endereço onde podem ter maiores informações sobre o assunto...
http://www.umavidapelavida.com.br/manifestacoes.asp

Um comentário:

Romyna Lanza disse...

Tema sério que deveria ser tratado como tal. Infelizmente, falta informação. A única que temos é aquela que interessa ao governo e à grande mídia. Bom conhecer um pouco mais sobre a transposição do "Velho Chico", por alguém que está tão próxima da realidade e dos problemas que esse projeto pode causar. Beijocas, Meirinha!